terça-feira, 20 de março de 2012

SUICÍDIO EMOCIONAL


A ligação durou 57 minutos, ou seja, quase 01 hora no telefone conversando com uma pessoa próxima de mim, acerca de uma situação turbulenta que ela vive atualmente. Creio que os primeiros 30 minutos fora justamente ela me apresentando o cenário de toda a turbulenta situação. O que mais me chamou a atenção é que era um quadro muito parecido a outras situações que chegaram até a nós (meu esposo e a mim) para aconselharmos e intercedemos por meio de orações. Ou seja, o inimigo de nossas almas – às vezes – nem precisa de planos mirabolantes para desestruturar as nossas vidas e, assim, destruí-las até o último fôlego de vida, pois pouco a pouco nós mesmos fornecemos a munição necessária para essa desestruturação emocional. E acabamos por nos tornarmos um “suicida emocional”.

O “suicídio emocional” é toda e qualquer consciência de sabermos que vivemos uma relação que nos atingi de forma tão intensa e profunda, na qual acontece somente a nossa consciente degradação emocional e moral. Dia a dia, semana após semana, mês após mês, nos vemos em anos envolvidos nas ilusões, nas prisões emocionais tão destruidoras e tão disfarçadamente vestidas de “algo que nos satisfaz”. Infelizmente, motivados pelos sentimentos errados, por uma carência emocional tão sufocadora, por uma necessidade de satisfação sexual tão desenfreada, acabamos por aceitar como sendo “o melhor” qualquer dispensação de carinho para nós. Ou mesmo a nossa própria necessidade de demonstração de carinho ao outro. O que classifico como sendo o “suicídio emocional” é justamente ter – de certa forma – a consciência do saber que tal relação não nos faz feliz. Entretanto, continuamos enraizados nela por crer fortemente que é isso que devemos aceitar para nós.

Em muitas conversas com o meu esposo durante ou mesmo após os nossos devocionais, sempre trocamos ideias de como as pessoas encontram-se carentes afetivamente e sexualmente. Afirmamos isso pelas várias situações que chegam a nós em nosso ministério. Hoje, muitos não podem querer aceitar ou querer entender, mas a “sexolatria” é o mal desse século usado pelo “príncipe desse mundo” para aprisionar vidas e pouco a pouco destruí-las. Vejam que por suas necessidades afetivas e sexuais muitos estão entregando-se, jogando-se em relações que não são aceitas pelo nosso Deus: orgias, relações pervertidas que denigrem a pessoa , relações de aprisionamento emocional, de abusos sexuais (violência) e outras mais, pois a lista é imensa e citaremos como exemplos somente algumas delas. Espiritualmente falando – e por agora não é o foco desse texto – o que ocorre quando fazemos o tão corriqueiro sexo casual e sem compromisso, o aceitar uma terceira pessoa em nossas vidas enquanto casal, frequentar sites pornográficos, acabamos por dar mais legalidade para esse processo de destruição emocional em nossas vidas.

Voltando para a ligação de 57 minutos com a pessoa que pedia aconselhamento. Logo depois que ela descreveu o seu quadro de “suicídio emocional”, comecei a realizar as perguntas básicas de um servo de Deus para essa pessoa que se demonstrava tão aflita. Em cada resposta que eu recebia o quadro de uma desestrutura espiritual repetia-se, ou seja, essa pessoa encontrava-se longe dos caminhos do Senhor, passando por várias denominações não cristãs e tinha consciência da sua prisão nessa relação destruidora sendo que – por suas próprias palavras para mim – ela classificou a relação como sendo uma “carência afetiva, sexual e, pior, financeira”. Mais uma vez me vem a mente as palavras que o meu esposo sempre falou desde quando assumimos o nosso compromisso afetivo e diante da nossa pastora: “A bênção do SENHOR enriquece; e não acrescenta dores.” Provérbios 10.22

O diagnostico do “suicídio emocional” ocorre ao percebemos essa prisão e destruição de nossos sentimentos, quando estamos ficando a cada dia mais longe da vontade do Senhor para as nossas vidas. E, o pior, é quando queremos nos manter nessa relação doentia e, maligna, em alguns dos casos. A dependência desse tipo de relação é tão forte e perigosa que muitas das vezes algumas pessoas chegam a “óbito emocional” e trazê-las de volta para a uma vida saudável é uma longa jornada. Mas, que no fim dela, a restauração que somente o nosso Senhor pode fazer em nossas vidas, é compensadora.

Nós, a igreja do Senhor, precisamos estar preparados para ajudarmos tais pessoas. Hoje a quantidade de homens, mulheres, jovens e mesmo anciões e anciãs que se encontram neste processo do seu  “suicídio emocional” é bem maior do que possamos imaginar. E por isso que somos pegos de surpresa quando nos deparamos com estas pessoas totalmente entregue a essa dependência e, principalmente, quase que em um quadro irreversível. Então, muitas das vezes – quase todas elas – o “suicida emocional” é que precisa dar lugar para a ação do Espírito Santo. Mas não é por isso que devemos ficar parados olhando para essa situação tão triste e, sim, buscar ajudá-las sem medir esforço, pois um dia o sangue derramado do “suicida emocional” será cobrado por Deus a cada um de nós que tivemos a oportunidade de ajudar e ao contrário ficamos como expectadores de um show de horrores emocionais.

Fechando a ligação de 57 minutos. Oramos pela pessoa, repreendemos – em nome de Jesus – toda a legalidade sobre a vida dela, ministramos palavras para que – em nome de Jesus – toda ligação e dependência maligna sexual entre eles fosse quebrada, declarando uma reviravolta em sua vida afetiva, emocional, sexual e, claro, orientando-a que buscasse reconciliar-se com o Senhor o quanto antes. Explicamos que a “batalha” só havia começado quando ela tomou a consciência de que estava acontecendo em sua vida, sendo agora o mais importante ela buscar sua intimidade com Deus, ou seja, nada de relacionamento afetivo por agora. Mas, sim, desenvolver o seu relacionamento com o Senhor Jesus e tudo na sua vida irá mudar. Tudo se faz novo quando estamos com Jesus. Tudo!

Desejamos que a graça, a paz, o amor incondicional e incorruptível do nosso Senhor Jesus estejam com todos nós. Sempre!

JC

“A bênção do SENHOR enriquece; e não acrescenta dores.”
Provérbios 10.22