"Na verdade, já é realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns com os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas, vós mesmos fazeis a injustiça, e fazeis o nado, e isto aos próprios irmãos." 1ª Coríntios 6.7-8
Começo esclarecendo de que a visão avaliativa e crítica a ser apresentada e as sugestões que serão apresentadas nas linhas abaixo são de fórum particular (entretanto, como um cristão evangélico, irei focar nesta minha realidade;). Não sendo especificamente a opinião de outras pessoas do meu circulo de convivência (como a igreja que congrego, por parte da sua liderança e de outros homoafetivos cristãos evangélicos;).
O objetivo deste texto tem como
finalidade apresentar o que – de fato – observamos em nossa participação,
enquanto cidadãos brasileiros, na audiência pública que ocorreu no dia 27/11/12
no anexo 2 da Câmara dos Deputados, na sessão da Comissão de Segurança Social e
Família (CSSF), que discutiu a liberdade do profissional de psicologia de
tratar ou não os pacientes homossexuais que buscassem um tratamento para sua
orientação sexual, a tão falada “cura gay”.
ENTENDO O PROJETO “CURA GAY”
Faz-se necessário que você, leitor
deste blog, entenda o projeto popularmente chamado de
“cura gay”. O projeto de decreto legislativo (PDL) 234/11 é de autoria do
deputado João Campos (PSDB-GO) que na verdade é uma reapresentação do PDC
1640/09, do deputado Paes lira (PTC/SP), que foi arquivado por causa do
encerramento da última legislatura. O texto de Campos quer sustar a aplicação
de dois dispositivos da Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia, os
quais orientam que os profissionais da área da psicologia não devem propor
tratamento para curar a orientação sexual dos homossexuais e nem de usar mídia
que reforce o preconceito contra estes.
“Os psicólogos não colaborarão
com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”,
este é primeiro dispositivo que Campos deseja sustar com o seu projeto. Já o
segundo dispositivo que tem o alvo para ser sustado diz que “os psicólogos não
se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de
comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em
relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.
Com o discurso, de que com a
Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia “restringe o trabalho dos
profissionais e também o direito da pessoa (o homossexual no caso) de receber
orientação profissional”, o deputado João Campos fundamenta o seu projeto.
COMEÇA A AUDIÊNCIA
Mesa para composta para a audiência. |
A primeira fala foi direcionada
para o Dr Verona e ele começou ressaltando que a homossexualidade, desde 1991,
foi retirada do rol de doenças pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele
ainda citou que a criação de um conselho é justamente para dar-lhe o poder
supremo e único para definir os limites das competências profissionais da área
que tal conselho atuará. O Dr Humberto deu um show de educação, clareza e
objetividade na sua oportunidade.
A segunda fala já foi direcionada
para a Dra. Marisa Lobo Alves que, infelizmente, na sua oportunidade “tentou”
embasar sua condição favorável ao projeto do deputado Campos com uma enxurrada
de slides desnecessários para aquele momento. E, infelizmente, dando um péssimo
exemplo “alfinetando” a militância com tons arrogantes e frases de efeitos sem
sentindo! É triste ver uma pessoa que poderia ter dado o seu recado de uma
forma mais polida.
Já a terceira fala foi dada para
o senhor Toni Reis que também com uma porção de slides apresentou sua condição
contrária ao projeto. Houve dois pontos altos da fala do senhor Toni sendo uma
delas a exposição de como os nazistas atuavam contra os homossexuais (o que
gerou mais bate-boca e urros de discórdia). E o outro ponto alto foi a sua
frase de finalização da sua oportunidade, “ [...] este projeto deve ser
urgentemente arquivado. Se a homossexualidade for doença, todos os homossexuais
devem ter aposentadoria compulsória. Devemos
já imediatamente realizar uma audiência acerca do orçamento federal para já
averiguar o rombo financeiro!”.
Talvez – e estrategicamente
falando – a comissão deixou para última fala o pastor Silas Malafaia (que todos
nós sabemos ter uma obsessão absurda com a questão homossexual!). Com o seu
discurso azedo, polêmico e por meio de frases estridentes ele acusou o Conselho
Federal de Psicologia de realizar “ativismo gay”. Pensem na balbúrdia que foi
durante a fala do senhor Silas.
PÉSSIMOS EXEMPLOS: DE AMBOS OS
LADOS
O que ficou evidente foi um festival
de bate boca absurdo entre a militância LGBT e alguns da bancada evangélica do
cenário político. Enquanto os convidados falavam, dependendo da sua “frase de
efeito”, cada lado gerava aplausos, vaias ou mesmo gritos de acusação! Uma
triste cena que – alguns de nós – já sabíamos que iria acontecer como em outras
vezes!
Cartazes de acusação contra os
pastores evangélicos foram apresentados pela militância presente com palavras
de baixo calão. Infelizmente não tivemos uma boa oportunidade de registrar tais
cartazes. Entretanto, reproduziremos o texto (sabendo que alguns não
concordarão) e um deles era este: “Silas se quer cuidar de *Ú vire procto!”.
Outro péssimo exemplo da militância que ocasionou em uma tremenda confusão que foi o
cartaz que apresentava o símbolo nazista e neste citava o nome do senhor Silas como fascista! E tal cartaz já tinha sofrido mais de 5 advertências para que não fosse usado. Então, na última a polícia parlamentar foi
acionada para retirar o militante que o tinha levantado e foi quando a confusão
de bate boca e balbúrdia retomou a sala. Entrou em cena nesta hora o deputado Jean Willys pedindo para que a militância "não desse munição para que eles (evangélicos) os atacassem". A Deputada Erica Kokay também tentou minimizar os excessos dos militantes LGBT presentes. Ele recolheu o cartaz das mãos do militante. Mas, graças a Deus, não passou de bate boca!
"Irmãos, não faleis mal uns dos outros." Tiago 4.11a
Já a bancada evangélica presente, mesmo depois de várias orientações do presidente da mesa, o deputado Mandetta, achava-se no direito de aplaudir e apresentar manifestações desnecessárias quando os seus representantes falavam. Ou mesmo com palavras duras contras os militantes que levantam os cartazes. Ou seja, de ambos os lados os exemplos foram os mais errados.
Já a bancada evangélica presente, mesmo depois de várias orientações do presidente da mesa, o deputado Mandetta, achava-se no direito de aplaudir e apresentar manifestações desnecessárias quando os seus representantes falavam. Ou mesmo com palavras duras contras os militantes que levantam os cartazes. Ou seja, de ambos os lados os exemplos foram os mais errados.
INTERSEÇÃO
Ao ouvirmos na audiência o
comentário do senhor Toni Reis “[...] vejam como estamos separados dentro desta
sala. Evangélicos de um lado e a militância do outro.”, e comentamos “E nós,
IGREJAS INCLUSIVAS, estamos bem no meio”. O que de fato ocorre.
Na imagem acima representamos
pelo conceito matemático da interseção como hoje pode ser visto o cenário que
denominamos “cristão-homossexual-político”. (A, sendo as igrejas tradicionais que possuem
representantes no Congresso e na Câmara; e B, sendo as militância LGBT; e a
Interseção, que é o conjunto que possui elementos dos dois conjuntos, ou seja,
as Igrejas Inclusivas).
É muito bom esclarecer que nem
todas as Igrejas Inclusivas estão voltadas (ainda não!) para este cenário que
urgentemente clama por um posicionamento delas. As Igrejas Inclusivas (e não
seremos generalistas) não são bem vistas nem pelo conjunto A e nem pelo B. Ou
seja, sofre discriminação de ambos os lados!
Ficamos imaginando como seria se
naquela mesa da audiência houvesse um representante que defendesse fortemente a
Palavra do Senhor, mas sendo um verdadeiro imitador de Cristo Jesus. E não um
defensor de ideias e egos!
Precisamos mobilizar urgentemente
uma comitiva legal e que defenda a homoafetiva à luz da Bíblia, mas tomando os
exemplos já vistos para que esses não sejam repetidos. Como lemos em uma rede
social onde divulgamos algumas imagens da audiência, muitos concordam que pelo
comportamento atual da militância nada virá a ser conquistado.
"A sabedoria porém, que vem de Deus é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sem fingimentos." Tiago 3.17
"A sabedoria porém, que vem de Deus é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sem fingimentos." Tiago 3.17
É preciso nos apresentar a
sociedade uma outra face, outra militância LGBT, uma face de servos e servas do
Deus Vivo! Precisamos agir conforme a Palavra de Deus em vários aspectos dos
ensinamentos do Mestre, Jesus Cristo. E, claro, sendo mais articuladores,
estrategistas e focados.
Não retiramos aqui o crédito da
militância atual que já conquistou espaço. Mas, pelo que vimos ali na audiência
e do jeito que vai o modelo de representatividade, sinceramente, nada irá fluir
de forma correta e boa para ambos os lados (e conjuntos!).
ATACAR É CORRETO?
Aos que são cristãos evangélicos
e conhecem a história de Saul e Davi. Davi teve várias oportunidades de matar
Saul, entretanto, em nenhuma delas ele ousou tocar em Saul, ele sempre dizia:
“ai de mim se tocar em um ungido do Senhor”. Independente de qual seja o
cenário de ataques e acusações, nada, nada, justifica o que vimos nesta
audiência.
Ambos os lados, de forma errônea agindo
e pensando que estavam corretos, ledo engano! E, os egos, inflamados deixando
as situações mais delicadas!
Aprendemos com o Espírito Santo a
mensagem que lemos em Romanos 12.17, quando Paulo refere-se que não devemos pagar o mal
com o mal. Terminamos este texto sinalizando a urgência das Igrejas Inclusivas de se posicionarem no meio das discussões atuais.
A sociedade, os cristãos evangélicos
tradicionais e a militância LGBT precisam nos conhecer e saber que o Senhor, o
Deus Vivo, tem feito maravilhas em nosso meio. As Igrejas Inclusivas precisam
ser o “Paulo”, o intermediador, neste atual cenário político, social e cristão.
Oremos, meditemos, posicionemos e
vamos agir!
Desejamos que a graça, a paz, o amor incondicional e incorruptível do nosso Senhor Jesus estejam com todos. Sempre!
JC
Desejamos que a graça, a paz, o amor incondicional e incorruptível do nosso Senhor Jesus estejam com todos. Sempre!
JC
"Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me de tudo para todos, para que por todos os meios salvasse alguns." 1ª Coríntios 9.22