O equilibrio para um cristão que busca viver o melhor de Deus em sua vida, encontra-se na soma das forças que há na racionalidade com a espiritualidade. |
ATENÇÃO: caso você não tenha lido a 1ª parte desse texto, indicamos que a leia clicando aqui.
SUGESTÃO DE RESGATE
Fundador da Igreja Presbiteriana Cristo Nosso Rei e produtor de uma das mais vendidas traduções da Bíblia intitulada The Message – A Mensagem, o pastor Eugene H. Peterson leva-nos em uma viagem de resgate da teologia espiritual em sua obra por nome Espiritualidade Subversiva. Nas 325 páginas do livro o pastor apresenta-nos que a espiritualidade encontra-se sendo resgatada, recuperada em sua essência maior: na atenção que dispensamos a Deus para que sejamos transformados; Citando um belo trecho do capítulo 01, segue: “[...] Nenhum de nós fornece o conteúdo para a nossa própria espiritualidade; recebemos esse conteúdo; é Jesus quem o dá; [...] A espiritualidade corre sempre o risco de autoabsorção, de se tornar tão fascinada com as questões da alma que Deus passa a ser tratado como mero acessório da minha experiência. Precisamos ser vigilantes. A teologia espiritual é, entre outras coisas, o exercício dessa vigilância. A teologia espiritual é a disciplina e a arte de nos treinar para uma participação plena e madura na história de Jesus, mas nos impedir ao mesmo tempo de assumirmos o comando da história.”
Na sua obra o pastor Eugene de maneira muito polida crítica a racionalidade quando essa marginaliza, subestima e trata com suspeita a teologia da espiritualidade. O evangelho de Marcos é o seu livro central para desenvolver a verdadeira espiritualidade cristã apresentando-nos uma deliciosa e inteligente narrativa acerca da forma, composição, tônica e da própria teologia espiritual encontrada nesse evangelho. Na sua – e em nossa particular opinião – linda forma de escrever e nos guiar nas reflexões mais profundas sobre como devemos buscar, resgatar, viver e compartilhar a verdadeira espiritualidade indicada pelo nosso mestre Jesus. Cremos que essa obra nesse tempo de aumento da “frieza espiritual” em muitos de nós, chega justamente, para ajudar-nos nesse resgate que nos fará um bem maior.
O livro é divido em 5 partes intituladas assim: 1) Espiritualidade; 2) Estudos Bíblicos; 3) Poesia; 4) Leituras Pastorais e 5) Conversas. Por meio da sua forma bem filosófica e levando-nos a profundas meditações de como estamos encarando a espiritualidade em nossa geração, como ela encontra-se sendo esquecida (a verdadeira espiritualidade apresentada e ensinada por Jesus) e deturpada pelos falsos profetas (ministros de autoajuda) e pela agressiva e intolerante racionalidade de alguns “mestres” de homens, o pastor Eugene, confronta-nos com as nossas falhas em relação a espiritualidade. Como dizemos anteriormente, ele utiliza-se inicialmente com o evangelho de Marcos e terminamos essa parte do nosso texto citando um trecho de sua conclusão sobre a sua meditação, segue: “A história de Marcos, lembre-se, é uma história sobre Jesus, não sobre nós. [...] Marcos escolheu apresentar Jesus como a revelação de Deus, um relato pleno da obra de salvação de Jesus. O que acontece aqui é que somos convidados a nos tornar participantes plenos da história de Jesus e descobrimos como nos tornar esses participantes. Não apenas ‘somos informados’ de que Jesus é o filho de Deus; não apenas ‘nos tornamos’ beneficiários de sua expiação; somos convidados para morrer sua morte e viver sua vida com liberdade e a dignidade de participantes. E aqui está algo maravilhoso: entramos no centro da história sem nos tornarmos o centro da história.”
O EQUILIBRIO
Iremos usar de forma bem clara uma frase que já ouvimos muitas vezes e provavelmente você, caro leitor: “Nem 8 e nem 80. Precisa-se de um equilíbrio.” Queremos iniciar a finalização dessa reflexão apresentando que “O Equilíbrio” faz-se necessário nesta nossa geração tão cheia de novidades, estilos e “modelos” cristãos. E porque não citar cheia de “falsos profetas”, não é mesmo?! Mas, esse equilíbrio inicia-se quando, como, por onde? A racionalidade que começa ou a espiritualidade que começa?
Quando lemos em João 6.44a: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não atrair;” percebemos claramente que muitos de nós achegaram-se a Jesus por meio de uma “chamada”, uma “atração espiritual” realizada pelo próprio Pai, o nosso Deus. Então, percebemos que tudo inicia-se por “algo” espiritual, ou seja, o Senhor toca-nos de alguma forma que nos atraia à Sua presença, à Suas promessas e à Sua obra em nossas vidas. Lendo a oração de Paulo ao povo de Éfesos, na carta paulina em Efésio 3.14-21, notamos a necessidade do equilíbrio entre o espiritual e o racional, segue: “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.”
Deixamos claro que não preferimos a espiritualidade mais que a racionalidade ou vice versa. Queremos é levar muitos à meditação da importância de uma associada à outra, sem ações extremistas e aniquiladoras também uma à outra. A racionalidade é apresentada – às vezes - com outras palavras nas Escrituras Sagradas, mas associada com a espiritualidade, segue: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo”, 2Pedro 3.18a. Veja que nessa passagem a orientação é associando uma à outra, ou seja, a espiritualidade somando forças com a racionalidade. Uma sem a outra nunca irá trazer ao cristão uma base sólida e coerente do que o Senhor quer para cada um dos seus “atraídos”. Muitos possuem uma “chamada” bem restrita com o nosso Deus e por essa razão a necessidade de aprofundar-se na espiritualidade com racionalidade, trazendo assim a beleza de se viver o verdadeiro evangelho.
Citamos ainda que cremos nos dons do Espirito Santo (referimo-nos especialmente ao caso da missionarinha Alane citada na 1ª parte desse texto). Até porque é uma das promessas do Senhor que seríamos cheios do Seu Espírito Santo, que poderíamos fazer até maiores milagres dos que Ele próprio realizara. Entretanto, em muitos milagres realizados por Jesus, o mover maior era ocorrido da pessoa que recebia o milagre, ou seja, o crer vinha da força da sua fé! E a fé um dos dons dados pelo Espírito (1Coríntios 12.9). De forma alguma queremos julgar o que acontece na igreja que a missionarinha Alane faz parte, mas, sim, citamos a sua história justamente por vermos que existe o mover do Senhor naquela igreja. O julgamento será feito pelo nosso Senhor e acerca das nossas obras individuais. E desejamos que pessoas cheias de fé estejam recebendo os seus milagres, em nome de Jesus! Em nome de Jesus!
Então, o equilíbrio entre racionalidade e a espiritualidade é algo que deve ser buscado constantemente para que ninguém possa ser – pelo inimigo de nossa alma – usado para denegrir a obra do Senhor. Antes de qualquer leitura de livros que venham agragar conhecimento, devemos ler a Palavra maior, a Bíblia, de forma constante e diária. Ela, a Bíblia, deve ser a nossa primeira leitura do dia, como também a última, sempre pedindo que o Espírito Santo ministre em nossas vidas o querer do Pai, do Deus Vivo. Iremos orar mais do que nunca para que todos possam – em nome de Jesus – buscar e atingir o seu equilíbrio.
Desejamos que a graça, a paz, o amor incondicional e incorruptível do nosso Senhor Jesus estejam com todos nós. Sempre!
Em Cristo Jesus,
JC
"Temos porém, este tesouro em vasos de barro, para que a perfeição do poder seja de Deus, e não de nós." 2Coríntios 4.7
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